Assegura a conservação dos habitats naturais na Serra da Lousã.
A Rede Natura 2000 tem como finalidade assegurar a conservação a longo prazo das espécies e dos habitats mais ameaçados da Europa, contribuindo para parar a perda de biodiversidade. Constitui o principal instrumento para a conservação da natureza na União Europeia.
Além de abranger o meio terrestre também abarca todo o meio marinho. É constituída pela Zona de Proteção Especial (ZPE), definida pela Diretiva Aves, criada com o intuito de conservar todas as espécies de aves que ocorrem naturalmente no estado selvagem. E também pela Zona Especial de Conservação (ZEC), definida pela Diretiva Habitats, cujo principal objetivo é contribuir para assegurar a conservação dos habitats naturais e de espécies da flora e da fauna selvagens.
O quadro legal da Rede Natura 2000 da Serra da Lousã, incluída na região biogeográfica Mediterrânica, foi instituído pela resolução do conselho de ministros nº 76/00 de 5 de Julho, abrangendo uma área de 15.158 hectares, em 5 Municípios do Pinhal Interior Norte.
Lousitânea
Devido à acentuada orografia e às variantes climáticas, a vegetação existente é diversificada, destacando-se a ocorrência de Azinheiras (Quercus rotundifolia) nas zonas mais secas e ensolaradas, e de carvalhais de Carvalho-Roble (Quercus robur) e Carvalho-Negral (Quercus pyrenaica) nas zonas mais húmidas e frias. Os povoamentos de Castanheiros (Castanea sativa) encontram-se na proximidade de aglomerados populacionais.
As diversas linhas de água assumem grande importância para as espécies de fauna, como a Lontra (Lutra lutra). A vegetação ripícola encontra-se num bom estado de conservação, sendo de salientar as galerias onde se podem observar Amiais (Alnus glutinosa) e comunidades dominadas por Azereiro (Pruunus lusitanica), com presença de Azevinho (Ilex aquifolium). Destaque ainda para espécies como o Narciso (Narcissus bulbocodium e Narcissus triandus) e o Teixo (Taxus baccata).
Salienta-se a importância das manchas de Pinheiro Bravo (Pinus pinaster), e de algumas plantas invasoras como o Eucalipto (Eucalyptus globulus) e a Acácia/Mimosa (Acacia dealbata).
Inclui áreas importantes para a conservação do Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), Rã-ibérica (Rana iberica), Tritão marmorado (Triturus marmoratus) e da Salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica). Salientam-se, também, outras espécies de elevada raridade, como o Falcão Peregrino (Falco peregrinus) e o Morcego-de-ferradura-grande (Rhinolophus ferrumequinum).